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Incontinência Urinária, sem preconceito, pode ser Tratada Física e Emocionalmente
É possível manter o bem estar aliando terapia psicológica com a prática de atividades físicas. A incontinência urinária afeta muitas pessoas, só no Brasil, cerca de 10 milhões (5% da população) sofrem com esse problema. Os casos atingem homens, mulheres, idosos, crianças e ocorre, quando o indivíduo sente vontade de fazer xixi que não pode ser controlada. A bexiga é um órgão elástico que pode ser enchido e esvaziado, em sua maioria, existe completo controle sobre esse armazenamento e esvaziamento, o que não ocorre na incontinência.

É uma situação patológica que resulta da incapacidade em controlar a saída da urina. De acordo com a International Continence Society, órgão que realiza estudos nesse setor, a perda de urina, além de ser um problema de saúde e de higiene, é uma situação com repercussões a nível social e pessoal. Como se trata de um assunto que toca a intimidade da pessoa, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral.

Grande parte dos acometidos sofrem sozinhos por constrangimento, vergonha ou falta de conhecimento sobre o assunto. Perder xixi não é norma e por falta de informação, muitos indivíduos partem direto para o uso de fraldas ou absorventes. Este problema destrói a qualidade de vida e pode ser resolvido. A perda involuntária de urina pode causar problemas de ordem social, psicológica, de higiene e de saúde, afetando a qualidade de vida.

Apesar de ser uma doença física, a incontinência pode causar exclusão social por parte do próprio paciente fazendo com que este, fuja do contacto social e se isole, porque está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. “São observados prejuízos em relação à atividade profissional, relações sociais, familiares e diminuição da atividade sexual das mulheres incontinentes e com o homem, devido a nossa cultura compromete mais ainda seu emocional. Para ambos os sexos, podem desencadear traumas psicológicos, levando a sentimentos de humilhação, ansiedade, solidão e culpa, além do medo de que possa ser ridicularizado publicamente”, explica a psicóloga Cristina Volker.

Cristina acompanha pacientes do Centro de Terapia Oncológica, CTO, a maioria é do sexo masculino, que desenvolvem o problema por conta das sequelas do tratamento de radioterapia. “O impacto transcende a esfera física, comprometendo a auto-estima, afetando negativamente a esfera sexual, social, doméstica e ocupacional”, explica.

O trabalho psicológico com o paciente é uma das formas de tratamento, pois reduz os efeitos negativos do estresse auxiliando a melhora na qualidade de vida. Em pacientes com câncer, essa intervenção psicológica é específica, incluindo terapia comportamental de grupo, terapia cognitiva e intervenções psicoeducativas. “Pesquisas demonstram que a participação em intervenções psicológicas proporciona benefício considerável aos pacientes com câncer. Isso porque o trabalho psicológico ameniza as queixas relativas ao tratamento médico, reduz o estresse e melhora o humor”, explica a psicóloga.

E ela ainda deixa um recado para quem tem vergonha de encarar o problema: “Todos os recursos estão dentro da própria pessoa e eles não podem abrir mão do seu bem estar independente da incontinência urinária. Os pacientes devem se reconhecer como seres individuais, merecedores de se alimentarem dos pequenos e grandes prazeres diariamente, descobrindo novas formas de lidarem e enfrentarem sua condição do momento”, alerta Cristina Volker.


Exercícios Físicos como Auxiliar no Tratamento e Prevenção da Incontinência Urinária


Necessidade de ir ao banheiro imediatamente, perda de urina durante o sono ou depois de algum esforço, ou não perceber que a bexiga está cheia, são situações mais comuns do que se imagina. A maioria dos casos de incontinência urinária se manifesta em pessoas com idade avançada mais avançada, de 15% a 30% das pessoas estão acima de 60 anos, no período de gravidez, no pós-parto, durante a menopausa ou tratamento do câncer de próstata, e em pessoas com incapacidades físicas e mentais.

Para auxiliar no tratamento, Além de remédios e as intervenções cirúrgicas convencionais, o Pilates surge como uma alternativa também de prevenção, pois um dos principais focos é o fortalecimento da musculatura pélvica, favorecendo o controle sobre o fluxo de urina. “Tendo em vista que os principais objetivos do método estão no ganho de força, flexibilidade, coordenação, resistência e equilíbrio geral do corpo, acredita-se que através do Pilates a musculatura responsável pela contenção da urina, ou seja, períneo/assoalho pélvico possa ser estimulada e obter os ganhos acima mencionados. Entretanto, é necessário que os instrutores atentem com maior cuidado para essa questão ao elaborar as aulas”, explica a fisioterapeuta Alessandra Ignácio, responsável pelo Spa do Corpo Pilates.

Como todos os métodos, é preciso dar atenção a certos detalhes. A fisioterapeuta alerta que é preciso que os praticantes sejam continuamente monitorados quanto à questão respiratória. “A conhecida “Manobra de Valsalva”, prender a respiração durante o exercício, deve ser reprovada, pois esse ato aumenta ainda mais a pressão intraabdominal e ocasiona maior sobrecarga ao assoalho pélvico, que se fadiga mais rápido e se tornando incapaz de se manter contraído”.

Grande parte dos exercícios visam fortalecer o esfíncter uretral para diminuir as perdas de urina, além de estimular a percepção corporal, ajuste postural e melhora do padrão respiratório. Por isso, os praticantes de Pilates são menos suscetíveis à doença, já que, durante as aulas com os exercícios básicos eles têm a chance de trabalhar mais as regiões do abdômen e pélvica, especialmente o períneo (área entre o ânus e a uretra). Os efeitos são gerados com a consciência que os alunos ganham da contração isolada da musculatura pélvica sem acionamento de outros.

Muitas pessoas procuram essa técnica como uma forma de prevenção, ou quando tem uma pequena perda de urina constante e querem melhorar. Dependendo da evolução de cada aluno, em 3 meses, já é possível obter um resultado positivo. “A maioria não vem para tratar a incontinência, porém, descobre que ela pode ser melhorada ou prevenida com os exercícios”, conta Alessandra.

Segundo Alessandra, “é importante relembrar que os casos de incontinência urinária devem ser acompanhados por um médico que pode indicar o Pilates como uma solução para o problema. Ao fisioterapeuta, ou o instrutor de Pilates, cabe a tarefa de desenvolver e aplicar um plano de reeducação do pavimento pélvico, um processo individualizado e que dê resposta às necessidades de cada paciente”.

Dentro os principais fatores de risco e probabilidade de ter incontinência, estão:

- Idade Avançada
- Obesidade
- Tabagismo
- Diabetes Mellitus
- Infecções Urinárias
- Gravidez
- Parto normal
- Histerectomia (retirada do útero)
- Cirurgias pélvicas
- Traumas na região pélvica
- Menopausa
- Prostatite
- Aumento do tamanho da próstata
- Doença de Parkinson
- Esclerose múltipla
- Doença de Alzheimer
- Traumas da coluna
- AVC
- Obstruções do trato urinário
- Drogas (diuréticos, antidepressivos, antipsicóticos, sedativos, medicamentos para redução da próstata,etc)


FONTE: Alessandra Ignácio (Fisioterapeuta)

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