Boa noite!           Sbado 27/04/2024   20:08
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Posse Responsável: Uma Questão de Competência
Minha sábia mãaezinha sempre dizia: "Quem não tem competência, não se estabelece" . Eu gostaria de fazer minhas estas palavras com uma pequena adaptação:

 

"Quem não tem competência para ter um animal, que não o tenha"

Muitos podem, agora, estar me questionando quanto à esta afirmação de que é necessário ter competência para criar um animal. Em resposta, gostaria de discorrer sobre alguns pequenos pontos:

 

1. Quantos donos de cães realmente “gostam” de seus animais? Muitos os têm somente para cumprir tarefas como, por exemplo, guardar uma propriedade. Trabalham em troca de comida (nem sempre muito boa) e de um lugar abrigado para dormir. E quando este animal adoece ou envelhece e não pode mais cumprir suas tarefas? Muitas vezes é sumariamente “despedido” e colocado na rua.

 

2. Quantos, ao comprar ou adotar um animal, se lembram de que ele vai viver, aproximadamente, 15 anos e que, neste período, necessitará receber alimento, atendimento médico, vacinas, disciplina e carinho? Uma boa parte das pessoas age por impulso, principalmente, quando se depara com um filhote lindo de morrer. Mas, e quando este filhote se tornar um animal adulto, muitas vezes enorme, que necessita comer bem mais, que faz muito xixi e muito cocô e que, consequentemente, passa a custar mais e a dar mais trabalho? Todo o xodó e encantamento se esvaem como num passe de mágica e o grandalhão vai para a rua onde não dará mais problemas e nem despesas para seus donos.

 

3. Quantos dizem querer um animal mas, por não terem um espaço apropriado, deixam o cão acorrentado 24 horas por dia para evitar que ele fuja ou que faça traquinagens? E quando este animal, estressado pela mesmice de seu dia-a-dia e pela falta de contato com as pessoas, se torna agressivo e tenta atacar qualquer um que se aproxima? Nesta hora o animal não serve mais porque se tornou uma ameaça à integridade das pessoas. E qual é a solução? Muitas vezes é o olho da rua.

 

Muitas outras situações poderiam ser aqui abordadas mas não vou cansá-los com tantos detalhes. Gostaria, somente, que refletíssemos sobre as questões acima.

 

Em todas as três situações temos um ponto em comum: o problema e/ou a insatisfação dos donos dos animais se tornou um problema e/ou insatisfação de uma comunidade inteira que, de repente, se viu diante de um animal totalmente estranho a ela, que, colocado na rua, vai começar a lutar pela sua própria sobrevivência. Esta luta, dentre tantas outras coisas, significa brigar com outros animais pela comida e pelo domínio de um espaço para descansar.

 

E este será somente o início dos contratempos pois, se este animal abandonado for uma fêmea, logo estará entrando no cio e será disputada por tantos machos que poderá, numa tentativa de se livrar deles, provocar um acidente ou uma briga. Seis meses depois deste cio, a comunidade terá um novo problema pela frente: o nascimento de novos animais. E o crescimento desta população, assim, seguirá seu ritmo natural. Será que alguém se lembra onde tudo começou?

 

Outro lado da questão é reconhecer que ter um animal é, antes de mais nada, ter sob sua responsabilidade uma vida. Uma vida que pode trazer tarefas pouco agradáveis (afinal, ninguém gosta de limpar cocô de ninguém) mas que, com certeza, trará sentimentos belíssimos como amizade, sinceridade, alegria, companheirismo, fidelidade, desprendimento, etc, etc, etc.

 

Hoje, entretanto, com a crise moral que nosso país atravessa, as pessoas só atentam para os problemas e as dificuldades e se esquecem de que tudo tem seu lado positivo. Se esquecem de olhar para o lado e perceber que a ternura no olhar de um animal é algo insubstituível e que, dificilmente, elas vão encontrar esta mesma ternura no olhar de um ser humano. Por um único motivo, o Homem é extremamente afetado pelas interferências externas e o animal, não. O animal possui a pureza natural que o próprio Homem, como espécie animal, possui, mas que está embotada e encoberta por tantas situações geradas pelo mundo moderno.

 

E tudo isto, meus amigos, é, na minha humilde opinião, POSSE RESPONSÁVEL. É refletir antes de decidir, é tentar antes de descartar, é respeitar para ser respeitado.

 

E todo aquele que compreende que um amigo sincero, leal e companheiro não pode ser abandonado será, com certeza, um DONO RESPONSÁVEL.

 

Colaboração: Ana Cristina de C. Ribeiro 

                   Presidente da ONG AnimaVida

             www.animavida.org

                   e-mail: animavida@animavida.org
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