No encontro foram definidas propostas que serão levadas para a Conferência Estadual de Saúde

20/03/2023 - 11:59 - Cerca de 250 pessoas, entre profissionais de saúde, representantes de instituições ligadas ao setor, prestadores de serviços, usuários e secretários municipais participaram, no último sábado, 25, da XVI Conferência Municipal de Saúde, promovida pela Prefeitura de Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. O tema da Conferência foi: “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia – amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas!”,  com objetivo de levantar propostas e elencar diretrizes para a formulação da política de saúde, nos níveis municipal, estadual e federal.

A mesa de abertura, foi formada pelo prefeito Rubens Bomtempo; o vice-prefeito, Paulo Mustrangi; o secretário de Saúde, Marcus Curvelo; a presidente do Comsaúde, Conselho Municipal de Saúde de Petrópolis, Érika Paula Gomes Pedroso; e o gestor do Instituto Teológico Fransiscano, Bernando Luiz Reis Ferreira.

Durante a abertura o prefeito Rubens Bomtempo destacou o valor do SUS para os brasileiros e principalmente para os mais pobres. “Antigamente, a pessoa passava mal na rua, ela morria sem atendimento. A universalização do Sus Com a Constituição de 1988 que trouxe a universalização do SUS, garantiu a todos o direito à saúde e não podemos retroceder. Esta é uma discussão extremamente necessária, principalmente neste momento de retomada. Nós resistimos e por isso estamos aqui e vamos continuar lutando por direitos”, frisou o prefeito Rubens Bomtempo.

Na primeira parte da Conferência, os participantes puderam assistir a palestras ministradas pelo professor e teólogo Leonardo Boff, que abordou os temas: “O Brasil que temos. O Brasil que Queremos” e ainda “Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas”. Leonardo destacou as mudanças climáticas e sobre o papel e responsabilidade de cada um para o futuro do planeta.

“A terra mudou, não é mais a mesma. Estamos no limite. Nunca as crises eram globais, mas regionais. Agora temos este panorama que tende a piorar, inclusive com o surgimento de novas doenças, o que impacta diretamente na saúde. Tudo vai depender de nós. Para fazer a travessia, precisamos nos colocar no papel de senhores da natureza, estabelecer um laço de fraternidade com todos os seres. Se não fizermos esta travessia não teremos futuro”, destacou Leonardo Boff.

Em seguida, Felix Julio Rosenberg, diretor do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde/ Fiocruz, seguiu falando sobre outros dois eixos: “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia” e “Garantir direitos e defender o SUS”. “A saúde básica tem salvado muitas vidas. Precisamos ampliar as estratégias em saúde da família e fortalecer o controle social para evitar retrocessos, como tivemos recentemente”, destacou Felix.

A tarde, a Conferência seguiu com grupos de discussão em torno dos 4 eixos. Divididos em salas, cada uma com um mediador, os participantes puderam discutir e montar propostas em cima de cada um dos temas.  “Todos os eixos iniciaram a discussão com o aprimoramento e melhora partindo da atenção básica, pensando no atendimento das pessoas com deficiência, idosos e terapias alternativas. Um olhar muito atento, pois nesta linha de trabalho temos a prevenção e não apenas de tratamento. Um maneira de resguardar física e psicologicamente os pacientes e desonerar os cofres públicos”, destacou Érika Paula Gomes Pedroso, presidente do Comsaúde, que recebeu das mãos do prefeito Rubens Bomtempo pelo trabalho prestado durante a tragédia climática de 2022.

Para finalizar, os grupos se reuniram na plenária final para apresentar as propostas elaboradas. Foram 62 no total, sendo 53 voltadas para o município e outras 10 que envolvem município, estado e federação, que serão levadas para a 9ª Conferência Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, marcada para os dias 26, 27 e 28 de maio, na UERJ.

Foram eleitos, ainda os delegados que vão representar Petrópolis na Conferência Estadual, divididos em: quatro usuários, sendo eles representantes da UNA, da APAE, da Associação de Moradores de Santa Edwirges e da OAB; dois profissionais de saúde, representantes da ASBAMTHO e do Sindicato dos Médicos; dois gestores, Amanda Alves Vellozo Nunes e Cláudia Carvalho Respeita da Motta; além de um convidado.

 “Nós que temos uma trilha dentro da participação comunitária e do controle social, vemos a importância destes espaços e do que foi elaborado aqui, de forma conjunta e democrática, para que possamos contribuir e avançar na construção de políticas públicas”, frisou o secretário de Saúde, Marcus Curvelo.

Sabrina Borsato