15/09/2022 - 17:29 - Os problemas de mobilidade urbana em Petrópolis são recorrentes, principalmente, quando há registro de acidentes. Com frota de quase 189 mil veículos nas ruas, as motocicletas, que representam apenas 16% deste total, são as que mais se envolvem em quedas e colisões. Somente na manhã desta quinta-feira (15), em um período de 45 minutos, foram registrados três acidentes de moto, que prejudicaram a operação de nove linhas de ônibus da Turp Transporte.

O primeiro aconteceu às 7h05, na Estrada União e Indústria, próximo ao Posto Dois. O trecho foi liberado em sistema de pare e siga, gerando atraso médio de 12 minutos nas linhas. Cinco minutos depois, os ônibus que fazem a 613 – Bairro da Glória ficaram sem operar por 30 minutos, após a interdição da Rua Nossa Senhora da Glória. Três viagens foram perdidas. Às 7h50, outro acidente, dessa vez, na Rua 13 de Maio, gerou retenção no trecho.

Entre as nove linhas prejudicadas, estão a 070 – Posse (Gaby), 074 – Rio Bonito, 600 – Terminal Corrêas, 606 – Alcides Carneiro, 613 – Bairro da Glória, 615 – Terminal Corrêas x Carangola, 670 – Araras (Executivo), 672 – Águas Lindas e 700 – Terminal Itaipava.

Os acidentes envolvendo motocicletas são recorrentes e provocam retenções no trânsito, tendo em vista que as vítimas ficam mais expostas. Segundo o indicador de acidentes da Sala de Trauma do Hospital Santa Teresa, referência no atendimento aos casos de acidentes, somente neste ano, de janeiro a agosto, foram registrados 484 vítimas que estavam se locomovendo em motocicletas. Nos carros, as vítimas somam um total de 232.

Em Petrópolis, o assunto vem gerando debate entre a população, uma vez que um projeto de lei tramita na Câmara de Vereadores, indicando a circulação de mototáxi pelo município. Inclusive, na última terça-feira (13), o Setranspetro apresentou, em reunião no Conselho Municipal de Transportes (Comutran), a extrema preocupação com o projeto que, caso aprovado, pode gerar uma série de impactos, tanto na saúde pública, como na mobilidade.

“Os problemas gerados pelos acidentes de moto, além de impactarem gravemente a mobilidade urbana, também geram déficits na saúde pública, tendo em vista que a maioria das vítimas são atendidas pelo SUS, além de gerar traumas para as famílias que, por muitas vezes, precisam lidar com a perda de um ente querido. Com a tendência na utilização deste tipo de veículo, os governos não conseguem ter recursos materiais e humanos suficientes para a fiscalização efetiva, o que, lamentavelmente, amplia muito o número de veículos e condutores irregulares”, disse Carla Rivetti, superintendente do Setranspetro.

Neste domingo (18), tem início a Semana Nacional do Trânsito. Com o tema “Juntos salvamos vidas”, são pontuadas questões de segurança no trânsito. Nela, estão incluídas a importância de uma fiscalização efetiva sobre motos irregulares, que possuem alterações no cano de descarga, a falta de equipamento de proteção durante as viagens, além de manobras irregulares.

Vitor Garcia - Setranspetro