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Transtorno do Sono Deteriorando a Qualidade de Vida do Idoso - Dra. Rita Cássia Ravaglia Campos
 O sono é um estado ativo, reversível e cíclico necessário para a sobrevivência. Com o envelhecimento, o centro responsável pela regulação do sono será modificado e este será menos consistente.

A arquitetura do sono no idoso tem os seguintes componentes: dificuldade em iniciar o sono total (tempo total do sono e eficiência do sono são reduzidos), maior fragmentação do sono, maior tempo acordado na cama, maior dificuldade em permanecer acordado durante o sono, mais cochilos diários, com risco de inversão do período Sono-vigília, sono mais leve, sonha menos, pode ter vários períodos de interrupção durante o sono (exemplo: para urinar)  e, finalmente, o tempo total de sono raramente ultrapassa seis ou sete horas. Estas mudanças faz com que grande número de idosos use calmantes e soníferos.

Em termos de gravidade podemos dizer que a insônia não mata, mas maltrata. Isso quer dizer que a insônia afeta mais o aspecto psíquico e social da vida do que ameaça o seu componente biológico.

O sono alterado à noite leva desempenho alterado durante o dia. E a pessoa fica egocêntrica e com a cognição diminuída (dá um atraso de até 800 milisegundos nas respostas). Por exemplo, quando se fala “casa” este idoso demora 800 milisegundos para formar o pensamento, quando deveria demorar apenas em torno de 300.

Outros problemas musculares e articulares podem surgir com as alterações do sono como bursites, tendinites, mialgias (dores musculares), cervicalgias (torcicolos), etc. Esses problemas podem ser conseqüência de esforços posturais e posições mal acomodadas durante noites de insônia, por outro lado, eles também acabam perturbando o sono das noites seguintes, fazendo assim uma espécie de círculo vicioso.

Observa-se ainda diminuição da memória, da concentração, pior rendimento em testes psicomotores e maior prejuízo funcional, aumento do risco de quedas e aumento da taxa da mortalidade.

O tratamento não medicamentoso inclui: tratamento das doenças de base, ajuste na dose e horário da medicação (reveja com o médico assistente as medicações, pois uma mudança simples de horário ou a retirada de alguns delas, dispensáveis, pode melhorar muito o padrão de sono.

A higiene do sono é de suma importância: caminhada no dia com exposição solar, controle de temperatura, ventilação e iluminação do ambiente, ir para a cama quando for dormir, cochilos diurnos devem ser menores que 30 minutos, evitar grande quantidade de alimentos ao deitar, limitar os líquidos a noite. Estas rotinas incluem esquemas regulares de sono, especialmente tempo acordado, não consumir produtos cafeinados tais como chocolates ou chás cafeinados, café ou bebidas carbonadas (coca cola), estimulantes e álcool.

Outros hábitos também devem ser cultivados como servir as refeições na mesa sempre no mesmo horário e evitar servi-las na cama sempre que possível, colocar relógios grandes e calendários na casa, o barulho noturno deve ser o mínimo.

De acordo com relatório da Academia Americana de Medicina do Sono, a terapia medicamentosa se tornou tal esteio na vida moderna que outras formas de tratamento são negligenciadas e resgatar estas medidas não farmacológicas fazem toda diferença na vida do idoso.

Rita Cássia Ravaglia Campos
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