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Petrópolis registra Atendimentos de 13.308 Pacientes de outras Cidades em 2017 em Unidades de Emergência
Número de pacientes vindos de outras cidades triplicou em dois anos

Levantamento da Secretaria de Saúde aponta aumento na procura de pacientes da baixada fluminense

08/07/2018 - 07:34 - Prestar a assistência médica de urgência e emergência independente da origem do paciente. Um compromisso com a vida da população, que está levando o município a atender, cada vez mais, pacientes de outras cidades. Um levantamento da Secretaria de Saúde aponta que, em 2017, o número de atendimentos de pessoas vindas de outros municípios foi três vezes maior que 2016. No ano passado, foram recebidos 13.308 pacientes, contra 3.737 do anterior.  Só na maternidade do Hospital Alcides Carneiro (HAC), única da rede pública, chegam média de 82 mulheres por mês em trabalho de parto.

A maior quantidade de pacientes é da baixada fluminense, em especial de Magé, mas nos últimos meses vieram grávidas até mesmo de Araruama, distante 170 quilômetros de Petrópolis. O fechamento da maternidade, para obras, daquele município da Região dos Lagos, foi o motivo de mulheres terem arriscado uma viagem em trabalho de parto.

Há todo o tipo de relato colecionado por atendentes e médicos, até mesmo a ‘compra’ de comprovantes de residência em Petrópolis e a indicação de outras cidades que anunciam estar conveniadas com a Saúde da Cidade Imperial e direcionam as pessoas a subirem a serra.

Na semana passada, em um dia de atendimento, na Sala Amarela, da UPA Centro, setor de atendimento de menor complexidade, dos 6 leitos existentes, 5 estavam ocupados por pacientes da Baixada.

Petrópolis vai tomar medidas legais para ser ressarcido pelo estado e outros municípios pelos atendimentos prestados a pessoas de outras cidades. Hoje, o orçamento da Saúde é R$ 329 milhões e mais de R$ 140 milhões são direcionados à urgência e emergência. Arcar com mais pacientes, de outras cidades, nestes setores, significa ter menos recursos para investir na prevenção, ou seja, na atenção de saúde básica, nos postos de saúde, em exames e consultas.

Somente na maternidade do HAC, considerando 82 partos de pacientes de outras cidades por mês, ao final de um ano, a despesa arcada por Petrópolis é de R$ 1,1 milhão.

“Hoje temos 210 mil petropolitanos dependentes do SUS, um número acrescido nos últimos anos de 44 mil pessoas que não têm mais plano de saúde. Temos o compromisso de oferecer a melhor assistência em Saúde possível e garantir que toda a população possa ter acesso a um atendimento de emergência adequado. Mas estes dados nos preocupam”, afirma o prefeito Bernardo Rossi acrescentando ainda que ‘se por um lado é um reconhecimento de que o trabalho desenvolvido no município é satisfatório, atraindo moradores de outras cidades, por outro acabamos tendo que atender uma demanda muito maior do que a esperada”, explica o prefeito Bernardo Rossi.

O levantamento que chega a 13. 308 pacientes de outras cidades contabiliza os atendimentos do Hospital Municipal Doutor Nelson de Sá Earp (HMNSE), Hospital Alcides Carneiro (HAC), Pronto Socorro Leônidas Sampaio, das unidades de Pronto Atendimento (UPA) e dos serviços de Pronto Atendimento (SPA) da Posse e de Pedro do Rio. A maior procura é, principalmente, de moradores das cidades da baixada fluminense e capital do estado.

“Os números de 2017 foram mais que o triplo de 2016 e a tendência é que 2018 apresente uma estatística ainda maior. Até o início de junho, já tínhamos registrados 7.233 atendimentos de moradores de outras cidades, mais da metade do ano passado”, destaca o secretário de Saúde, Silmar Fortes.

Em 2017, dos mais de 13 mil atendimentos de moradores de outras cidades, cinco mil foram de Duque de Caxias, cerca de 39%. Outros 30% foram da cidade de Magé e a capital do estado aparece como a terceira cidade que mais tem registro de atendimentos na rede de Petrópolis, com 9%.

O Hospital Alcides Carneiro é um exemplo de unidade que deve ultrapassar, neste ano, o número de atendimentos de moradores de outras cidades. De janeiro a maio, o hospital já havia registrado 728 atendimentos, contra 1.087 de todo o ano passado.

Pacientes relatam busca por melhor Atendimento em Petrópolis

Outra unidade que apresenta números altos de atendimento de pessoas vindas de outros municípios é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro, onde 11% dos registros são deste público. Por dia, 33 pessoas de outras cidades são atendidas na unidade.

De acordo com o diretor médico da Unidade, Diogo Macedo, é muito comum ouvir relatos de pacientes de outras cidades que recorrem ao município na hora de buscar atendimento médico de urgência. Em muitos casos, as pessoas admitem a falha do sistema de Saúde da própria cidade e reconhecem, em Petrópolis, um atendimento mais confiável.

“Já ouvimos histórias, inclusive, de pacientes que buscaram atendimento em Xerém, por exemplo, e os próprios funcionários do hospital procurado indicaram que a UPA de Petrópolis seria o melhor caminho para que eles conseguissem ser atendidos. Em muitas das vezes, são crianças, com quadro até grave. Já temos, até, relatos de que eles citam um convênio com a Secretaria de Saúde de Petrópolis, parceria esta que não existe”, comentou Diogo.

O pediatra disse que a unidade, com o compromisso de atender a todos, não exige comprovante de residência. O documento é solicitado apenas para o caso de necessidade de internação. Entretanto, no acolhimento de menor complexidade, em que o paciente aguarda em observação na Sala Amarela, a unidade chegou a registrar ocupação de 83% só de moradores de fora da cidade, na semana passada.

“Atendemos todos, sem exceção, independente da origem, mas caso seja necessária a internação, incluímos o paciente na regulação do Estado, que indica a unidade de Saúde que vai ficar responsável pelo tratamento especializado. É uma situação complexa. Muitas vezes temos mais pessoas de outras cidades em observação do que moradores de Petrópolis”, completou odiretor médico da UPA. 
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