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CAPS AD já atendeu 3 Mil Pessoas neste Ano
Média mensal de atendimento é 139% maior que a de 2017

27/05/2018 - 10:04 - Referência no atendimento especializado a pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool e outras drogas, o Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS AD) já atendeu 3 mil pessoas neste ano. A média mensal, entre janeiro e abril, é de 718 atendimentos, número 139% maior que a média de 2017. Em todo o ano passado, a unidade recebeu 3.635 pessoas, cerca de 300 por mês.

“Temos uma variedade de grupos terapêuticos desenvolvidos pelos técnicos da equipe multidisciplinar oferecidos aos pacientes e seus familiares. Além de procedimento de recepção, contamos com nove grupos terapêuticos e oito oficinas. Nossa equipe é formada por médico clínico, psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfermeiros e técnicas em enfermagem, que são responsáveis pela elaboração do Plano Terapêutico Singular (PTS), onde cada pessoa tem um planejamento próprio à sua necessidade”, explicou a psicóloga, coordenadora do CAPS AD e presidente do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas, Leandra Iglesias.

Segundo o relatório mais recente divulgado pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, em pesquisa feita em 108 cidades com mais de 200 mil habitantes, quase 22% dos entrevistados disseram ter usado, em algum momento da vida, drogas, com exceção de álcool e tabaco. 

De acordo com a pesquisa, os homens apresentam maior uso na vida e maior dependência de álcool, por exemplo, do que as mulheres, em todas as faixas etárias. A faixa etária que apresenta a maior dependência é a de 18 a 24 anos (19,2%), seguida da de 25 a 34 anos (14,7%).

“Temos três pilares no trabalho desenvolvido no CAPS AD: a prevenção, o tratamento e a reinserção destas pessoas ao mercado de trabalho. Para este, buscamos sempre o fim do estigma relacionado aos usuários de drogas, tentando mostrar que eles são muito capazes de se recuperar e exercer um trabalho”, destacou Leandra.

É o caso de S. M., de 38 anos. Ele é atendido pelo Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas há dois anos, mas ainda não conseguiu um emprego fixo. Embora esteja em recuperação e tenha experiência na área da construção civil, o histórico de uso de drogas acaba sendo um empecilho na hora de uma contratação.

“Infelizmente ainda há muito preconceito. Já trabalhei em obras, como eletricista, mas quando sabem que estou em recuperação por conta da dependência química, acabam fechando as portas”, contou.

Além da dificuldade para conseguir emprego, os problemas relacionados à droga também trouxeram consequências desagradáveis no relacionamento com a família. O afastamento dos filhos é algo que ele busca contornar.

“Comecei com o uso de álcool e cocaína logo aos 15 anos e aos 36 vim buscar ajuda no CAPS AD. Tenho recebido total apoio, inclusive, minha atual companheira participa das atividades, como parte do apoio às famílias que a equipe faz aqui. Mas, por conta do uso de drogas, acabei perdendo contato com meus filhos do primeiro casamento, que foi destruído por conta da minha situação. Hoje, estão com 28 e 21 anos, mas há cerca de 15 não consigo uma aproximação efetiva como pai”, lamentou S. M.

Ele contou, também, que nunca cometeu crimes para financiar o vício. Em muitos casos, vendeu próprios pertences para garantir o dinheiro para comprar o álcool ou a cocaína.

“O preconceito em relação ao usuário de drogas não é apenas sobre a capacidade dele desenvolver ou não uma função, mas passa, também, pelo estigma de que um dependente é criminoso. Precisamos acabar com essa mentalidade. Não podemos relacionar diretamente uma coisa à outra. Buscamos trabalhar sempre isso, inclusive, internamente com a nossa equipe”, completou Leandra Iglesias.

O Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS AD) funciona em tempo integral, todos os dias, e fica na Rua Monsenhor Bacelar, número 492, no Centro da cidade. Durante a semana, a unidade promove atividades abertas ao público em geral, com avaliação multiprofissional (consultas clínicas, psiquiátricas e psicológicas). As ações são sempre das 8 às 21h.

Semana vai concentrar ações para conscientização

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a formas de prevenção ao uso e abuso de álcool e outras drogas, a Secretaria de Saúde vai realizar, em junho, uma programação especial em referência à 20ª Semana Nacional de Prevenção às Drogas, promovida pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça. A Semana vai ser realizada entre os dias 19 e 26.

“Estive, neste mês, em Brasília e pude pactuar, junto ao Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD) e à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), o apoio para a implementação de projetos de prevenção e a organização da Semana de Prevenção às Drogas em Petrópolis, e não só fui muito bem recebida pelo secretário Humberto de Azevedo, como ainda fui informada por ele da intenção de vir a Petrópolis para participar da Semana. Serão sete dias com palestras, oficinas e trabalhos sobre o tema nas escolas”, explica a coordenadora do CAPS AD, Leandra Iglesias.

A 20ª Semana Nacional de Prevenção às Drogas, em Petrópolis, vai ser aberta, no dia 19 de junho, na Casa dos Conselhos Municipais Augusto Ângelo Zanatta. Um ciclo de palestras com representantes da SENAD e da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) está previsto a partir das 18h com o tema “Política Nacional sobre Drogas”. Nos dias 20 e 21, haverá palestras e oficinas para falar sobre a prevenção nas escolas. A programação terá sequência com ações previstas para a Faculdade Arthur Sá Earp, Praça Dom Pedro, Praça da Liberdade e o próprio CAPS AD.
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