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Sinal Verde para o Meio Ambiente
14/12/2017 - 16:05 - Vistoria de emissão de gases poluentes pelo Detran ajuda a derrubar lançamento de monóxido de carbono em 90% no Grande Rio e a reduzir pela metade internações por doenças respiratórias no estado.

Zelar pela manutenção das condições mecânicas dos automóveis garante não só a prevenção de acidentes, mas também a qualidade do ar que se respira e a própria saúde humana. Dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mostram que ações como as de controle de emissão de gases poluentes feitas pelo Detran durante a vistoria anual obrigatória derrubaram os índices de poluição provocada por veículos em até 95% no Grande Rio entre 2004 e 2016. Ao mesmo tempo, a quantidade de internações hospitalares por doenças respiratórias crônicas caiu praticamente pela metade em todo o estado.

Os números do Rio de Janeiro comprovam o que a medicina prega e o que o resto do país está para confirmar. No último dia 30, o Conselho Nacional de Trânsito (CTB) baixou a Resolução 716, determinando que todos os estados realizem a vistoria anual a partir de 2019, inclusive a de emissão de gases — medida prevista no Código de Trânsito Brasileiro e aplicada pelo Rio desde a sua implantação, em 1998.

A queda dos níveis de poluição na Região Metropolitana foi inversamente proporcional ao aumento da quantidade de automóveis no mesmo período. De acordo com o “2º Inventário de Emissões Veiculares da Região Metropolitana”, elaborado pelo Inea em 2016, houve uma drástica redução de 90% do lançamento de monóxido de carbono e de 75% do de óxidos de nitrogênio na atmosfera, ao passo que a frota total do estado deu um salto de 90,26%.

Assim, o policiamento ambiental feito pelo Detran ajudou a quase zerar a emissão de gases lançados pelos canos de escapamento dos automóveis no Grande Rio.

No Brasil, a queda verificada na emissão de monóxido de carbono foi de 76%, entre 1991 e 2012, como consta no “Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários”, divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2013. Ou seja, o Rio de Janeiro atingiu um resultado melhor do que a média nacional em menos tempo e isso se reflete na queda de internações hospitalares por doenças respiratórias crônicas.

Menos poluição, mais saúde

Entre 2004 e 2015, o número de casos caiu 49,98%, segundo dados do Datasus. Já em relação às infecções respiratórias agudas, a diminuição foi de 27,6%. Com o ar menos poluído, as internações por asma, por exemplo, despencaram 64,9% de 2008 a 2015 em todo o estado.

Dentro desse período, também houve queda na quantidade de crianças internadas por causa de doenças respiratórias — de 22,55%, entre as de até 1 ano; e de 17,33%, na faixa etária de 1 a 4 anos.

— O aspecto visível deste trabalho que fazemos desde a implementação do CTB é a retirada dos carros caindo aos pedaços e soltando fumaça negra nas ruas. Isso é nítido no dia a dia, e a consequência invisível disso é a redução da poluição do ar, que se traduz nesta queda acentuada de internações por doenças respiratórias e na melhoria da saúde e da qualidade de vida da população. Assim, a vistoria anual obrigatória garante não apenas que a frota circule em condições de segurança, como também colabora para a melhoria do ar que respiramos. Esse é um investimento da sociedade para o futuro e que já gera lucros — analisa o presidente do Detran, Vinicius Farah.

Orçamento no verde

A melhora da qualidade do ar na Região Metropolitana pode ser medida no caixa do Detran. Além do controle de gases feito durante a vistoria, o órgão investe cada vez mais na preservação do meio ambiente, aumentando os repasses anuais para o Inea — com quem o Detran mantém convênio desde 1996, com a então Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feema). Atualmente, 15% dos pagamentos de licenciamentos anuais feitos pelos usuários vão para a preservação do meio ambiente. Esse índice passará para 20% no próximo ano. Até outubro, o departamento repassou R$ 66,9 milhões para o instituto — 54,1% a mais dos que os R$ 43,4 milhões que lhe foram transferidos ao longo de 2016.

Nos últimos dez anos, esse investimento deu um salto de 491,6%. Se em 2007, o Detran destinava 2,21% de suas receitas para a antiga Feema, somando R$ 11,3 milhões naquele ano, hoje o repasse para o Inea chega a 4,94%. E a tendência é aumentar cada vez mais.

Poluição agrava e provoca de asma a câncer de pulmão

No fim das contas, a saúde agradece já que, segundo especialistas, a poluição pode provocar e agravar doenças alérgicas ligadas ao aparelho respiratório, como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica e até câncer de pulmão. As pessoas mais expostas a esses riscos são crianças, idosos e pacientes com imunodeficiência.

Por outro lado, a incidência e os efeitos das doenças respiratórias diminuem com um ar mais limpo. Isso se traduz em menos casos de crises alérgicas, irritação de garganta e tosse, e uma sensação maior de bem-estar. Às melhorias das condições ambientais com menos monóxido de carbono no ar, somam-se as campanhas públicas de vacinação.

— A redução da poluição gera um impacto na ocorrência de doenças respiratórias, que nunca é unifatorial. No caso do enfisema, a poluição age no longo prazo causando irritação e agravando os danos provocados pelo tabagismo. Todos nós somos afetados pela poluição, mas principalmente nos extremos de idade. Em crianças e idosos, e pacientes com imunodeficiência, diabetes ou HIV, por exemplo, a situação fica pior. O asmático sente os efeitos na hora, mas o enfisema se desenvolve durante muitos anos — explica a presidente do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras, Eliene Denites. — Por isso, é importante observar uma linha de tempo longa como essa, de 2004 a 2016. Um ambiente menos poluído ajuda a melhorar a nossa saúde e ainda veremos muitos mais efeitos positivos desse trabalho de redução de emissão de gases poluentes ao longo dos próximos anos

OMS: gases poluentes matam 3,7 milhões por ano

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a poluição ambiental mata 3,7 milhões de pessoas por ano, ou 6,7% de todas as mortes registradas no planeta em 2012. Desse total, 40% foram causadas por isquemias do coração; 40% por doenças cerebrovasculares; 11% por enfisema; 6% por câncer de pulmão; e 3% por infecções respiratórias infantis. Estima-se que, no Brasil, 20 mil pessoas morram por ano por causa dessas doenças provocadas ou agravadas por gases poluentes na atmosfera.

A lista de malefícios provocados pela poluição é extensa e inclui infecções respiratórias, asma, enfisema, câncer de pulmão e apneia do sono; aumento de internações hospitalares; e até a morte. E tais efeitos surgem antes mesmo de se ver a luz. Os gases poluentes também estão associados a partos prematuros e nascimentos de bebês abaixo do peso, e podem comprometer o desenvolvimento do feto, podendo matá-lo.

Efeitos imediatos e a longo prazo

· Aumento de sintomas (tosse, chiado, irritação nos olhos, narinas e garganta, aperto torácico, rinorreia, obstrução nasal).

· Redução da função pulmonar em crianças e adultos.

· Aumento de sintomas entre vítimas de doenças respiratórias e cardiovasculares.

· Aumento de infecções respiratórias.

· Aumento de incidência de enfisema, asma e câncer de pulmão.

. Aumento de atendimentos em prontos-socorros

· Aumento de internações hospitalares.

· Aumento de mortalidade por enfisema, asma, pneumonia, gripes e câncer de pulmão.

· Necessidade de aumentar a dose de uso de medicamentos.

· Alterações agudas na função pulmonar.

· Maior taxa de absenteísmo no trabalho e na escola.

· Menor desenvolvimento pulmonar em crianças e jovens.

· Recém-nascidos com baixo peso.

· Partos prematuros.

· Alteração no desenvolvimento cognitivo das crianças.
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