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Surto de Cinomose levanta Alerta para a Importância de Prevenção pela Vacina Múltipla
Doença pode matar cerca de 70% dos animais infectados

16/05/2017 - 08:12 - Petrópolis tem enfrentado aumento de disseminação de cinomose, doença que ocorre em cães (gatos e seres humanos não são infectados).  A prevenção contra a doença ocorre por meio de vacina múltipla (óctupla ou déctupla) de boa procedência, encontrada apenas em clínicas veterinárias, não sendo disponibilizada em casas de ração ou pela rede pública. As campanhas governamentais incluem apenas a vacinação contra a raiva. 

A vacina múltipla canina (V8 ou V10) protege não apenas contra cinomose, mas também contra outras doenças extremamente agressivas, como a parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa canina, adenovírus tipo 2, parainfluenza e  cepas de leptospirose. Nos filhotes, a primeira dose é aplicada aos 45 dias de vida, seguida de mais 3 doses, com intervalo de 21 a 30 dias entre elas (totalizando 4 doses). Daí por diante, só é necessário atualizar a cada 12 meses.

De acordo com a médica veterinária Priscila Mesiano, a cinomose é uma doença infectocontagiosa grave, transmitida pela saliva, pelas fezes e pelo ar. "A doença leva a sintomas gastrointestinais como vômito e diarreia, sintomas respiratórios, como secreção nos olhos, pneumonia, tosse com produção de muco, sintomas neurológicos muito graves, como convulsão, ataxia, tiques nervosos na patinha, cabeça ou qualquer outro membro, paralisia, entre outros. Comumente, a doença leva a óbito. São poucos os casos em que os animais se salvam da cinomose", alerta.

Uma vez que o animal é diagnosticado com a doença, o principal tratamento é específico para os sintomas, já que ainda não existe um tratamento direcionado à doença. "Há estudos atualmente com antivirais, mas não há comprovação ainda para a cura da doença com este método. O que a ciência oferece, por enquanto, é se há sintomas respiratórios, trata-se com antibióticos, mucolíticos, se há convulsão, utiliza-se anticonvulsivantes, se há falta de apetite, é preciso inserir o animal no soro e ministrar comida diretamente à boca", detalha.

A veterinária Priscila estima que na Clínica Amigo Bicho, na Montecaseros, onde ela atende, foram cerca de 60 casos no mês de abril. "Infelizmente, destes, aproximadamente 70% vieram a óbito. O número de maio pode ser ainda maior, já que temos atendido cerca de 4 ou 5 casos por dia", destaca.

Uma vacina oriunda de laboratórios certificados imuniza um animal em uma margem entre 98% e 100%. A variação de até 2% é a pequena possibilidade que um animal poderia ter de adquirir a doença mesmo vacinado. Entretanto, se o animal não tem contato com outros animais não imunizados, não sai, fica no quintal, é praticamente impossível contrair a doença. Mesmo assim, recomenda-se cuidado aos tutores que tiverem contato com animais contaminados de, por exemplo, retirar os sapatos antes de entrar em casa para diminuir ainda mais essa possibilidade.

Apenas são vacinados animais que passem por exame clínico completo e sejam diagnosticados como 100% saudáveis. "No momento da vacinação, é preciso palpar o abdômen, olhar os linfonodos, aferir temperatura, observa se o animal está com secreção nasal ou ocular, auscultar pulmão, coração, perguntar ao tutor sobre as fezes, se tem tosse. Enfim, se houver qualquer sintoma que levante a suspeita de alguma doença, torna inviável a vacinação do animal naquele momento, o que leva a solicitação de um exame complementar para o diagnóstico preciso  ou dar um prazo maior para aplicar a vacina", esclarece a profissional.

Diante de um animal abandonado que foi resgatado, é importante que a pessoa o deixe separado dos pets da casa por 15 dias. Este período de quarentena é necessário para observar se o peludo está incubando alguma doença. "Caso o animal não apresente sintomas após este período de quarentena e for constatado que ele apresenta boa saúde clínica, aí sim, é possível efetuar a imunização com a múltipla", finaliza. 
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