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Gestão Empresarial

Eco-Design

Nosso objetivo com essa pequena abordagem sobre eco-design é de informar aos leitores sobre essa recente modalidade profissional que possui seus desdobramentos na própria filosofia das organizações, no “jeito de ser” empresarial.

Antes de mais nada, eco-design significa uma política estratégica a ser assumida pela alta administração da empresa. Ter o “commitment” do gestor e de seu staff é a garantia do sucesso para o produto e para a marca. E certamente o da empresa, como conseqüência imediata e natural.

E o que é ECO-DESIGN? Eco-design significa o desenvolvimento de um produto que seja social, econômico e ecologicamente correto. E é assim que podemos classificar como arte e ciência essa habilidade de desenvolver produtos que sejam bons para o meio ambiente tanto quanto para os consumidores, em funcionalidade e beleza. Tal arranjo, evidentemente, não é tão simples. Até porque ainda estamos muito aquém de perceber em um produto, como consumidores, se são ecologicamente corretos. Daí a importância do eco-design ser uma política empresarial, mais  do que apenas um projeto de produto. Com esse comprometimento e enfoque é possível estabelecer-se todo o ciclo do produto, desde a seleção de fornecedores ecologicamente corretos, passando por processos fabris que envolvam a mesma responsabilidade, como também chegar aos consumidores finais através de ações mercadológicas que contemplem o respeito ao meio, bem como à sociedade. É possível até se imaginar para breve os “eco-standards” para fornecedores, produtores, distribuidores e até para os consumidores na reta final da cadeia produtiva.

Até mesmo o mercado financeiro já se articula para estar mais comprometido com o ecologicamente correto. Nos EUA muitas instituições financeiras  já possuem em seus quadros, profissionais que analisam o impacto ambiental de programas por elas financiados a fim de garantir que o produto e/ou projeto não esbarre em ações legais mais à frente, devido aos danos que possam causar à natureza com seus projetos de expansão e crescimento. É claro que aí reside mais uma estratégia para minimizar o risco do que propriamente um processo “eco-financeiro”. Um pouco daqui, um pouco dali, e em breve teremos uma massa mais comprometida e responsável para o devido trato com o que é de todos e para todos e em especial para com as próximas gerações que herdarão o que deixarmos para elas.  Outro fator importante a se avaliar é que o eco-produto, elaborado pelo conceito de eco-design passa a agregar um fator extremamente positivo de competitividade: ser ecologicamente correto, contando com esse importante diferencial na conquista do mercado. Contudo, é também importante que a sociedade passe a mover-se nesse sentido e cobre dos meios governamentais posturas e políticas mais definidas e pró-ativas para garantir e facilitar esse processo. Pouco se tem visto sobre isso, para não dizer quase nada.   

Pegando carona em “How to do eco-design”, de Ursula Tischber, observamos o que a autora chamou de eco-desing checklist, apontando alguns indicadores que podem nortear nossa avaliação sobre o processo, bem como o produto, como a avaliação de onde e como a matéria prima foi extraída ou obtida, se o processo produtivo contempla economia de energia ou mesmo de materiais, se a empresa não emite partículas ou dejetos tóxicos no meio ambiente ou se trata e minimiza os mesmos, longevidade do produto, característica da embalagem e outros acessórios quanto a ser ou não reciclável, limpo e de fácil manuseio, considerações sobre economia durante o uso do produto, limpeza, funcionalidade, segurança, entre outras tantas questões que, em certos casos, já são consideradas mas que não se ausentam do ciclo ou sistema ecologicamente correto. Bem, isso é um pouco do muito que o processo requer. Muitas empresas européias, com marcante presença no cenário internacional, já possuem em suas estruturas operacionais, eco-designers operando no desenvolvimento de sistemas complexos que envolvem todos os atores do processo. No Japão, a partir de abril de 2001, o governo instituiu políticas “verdes”, a fim de motivar empresas japonesas a aderirem ao ecologicamente correto já a partir de seus processos de compra, estimulando a cadeia que vai do fornecedor ao consumidor final. E por aqui, o que temos feito?

Rogerio Muller, M.Sc.
muller_rogerio@hotmail.com
(Consultor e Diretor da
 Global Master Internacional

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