Nascente do Quitandinha foi aterrada devido a Construção
27/02/2015 - 12:13 - Um dos cartões postais de Petrópolis, o Palácio Quitandinha, que ostenta em sua frente um grande lago que é símbolo do local e muito apreciado por turistas para fotografias, está sendo deixado de lado por autoridades e responsáveis. A nascente do lago, que fica em um terreno vazio, acabou aterrada e moradores da região denunciam o ato. Construído em 1941 para ser o maior cassina hotel da América do Sul, já foi estadia e palco para grandes atrações e personalidades históricas. E desde sua inauguração tem o lago em sua frente, que faz parte da beleza paisagística. Os moradores da região lamentam o fato de que a sua nascente tenha sido aterrada para mais uma construção. “Desde que o terreno foi adquirido, o dono não pode construir nada por conta da nascente, que há muitos anos atrás liberada muita água para dentro do lago. No entanto, de uns tempos pra cá, aos poucos foram aterrando o local. Não sabemos se o terreno foi vendido ou não, mas há dois dias que ele foi quase totalmente aterrado e hoje apena um feixe de água ainda sai para o lago”, contou uma moradora vizinha que não quis ter seu nome identificado. A equipe de reportagem da Tribuna esteve no local para confirmar a denúncia dos moradores e encontrou o terreno, que fica bem em frente ao início do lago, já quase todo aterrado. No local, como de costume e obrigação onde acontecem obras deveria estar em exposição a placa com engenheiro responsáveis, no entanto, não havia esta informação. Também não encontramos qualquer funcionário na obra, apenas uma máquina retroescavadeira parada. “Eles começaram no fim de semana, meu marido passou por lá e perguntou o que fariam ali e disseram que construiriam prédios, mas como eram os trabalhadores que estavam no local e não encontramos qualquer informação sobre as obras, não pudemos reclamar. Infelizmente a nascente já foi quase toda aterrada, não sei mais se tem volta”, lamentou a moradora. Para a preservação de nascentes, há uma série de medidas que devem ser tomadas, como a construção de cercas, fechando a área da nascente, num raio de 30 a 50 metros a partir do olho d’água o que evita a entrada dos animais e de pessoas e por conseguinte o pisoteio e compactação do solo. Manutenção do asseio, ou seja a limpeza em volta da cerca para evitar que o fogo, em caso de incêndio, atinja a área de nascente. Segundo resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), de número 303, de 20 de março de 2002, define em seu Artigo 3º as situações específicas em que são consideradas e constituídas as APPs, Áreas de Preservação Permanente: II - ao redor de nascente ou olho d'água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinquenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinquenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado. |
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