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Sáude

Infelizmente, até os bebês fumam. São decorridos 40 anos desde que eu presenciei, pela primeira vez, um bebê fumando. Lembro-me bem do dia em que fui chamado para atendê-lo. Havia nascido há poucas horas, e os pais queriam que eu o examinasse. No berçário da maternidade, informaram-me que ele estava com os pais. Ao abrir a porta do quarto, tive a sensação exata de que estava entrando em uma boate: ambiente escuro, mal ventilado, enfumaçado, barulhento, tanto pela vozeria quanto pelo espocar de champanhes.

E no meio daquela zorra, dormindo e respirando, estava ele, o pobre bebê, "fumando". Ora, se uma pessoa com 60 quilos fuma perto de uma criança com 3, é lógico que esta inala, proporcionalmente, mais fumaça do que aquela. Com um agravante, pois um bebê respira mais rápido do que os adultos e, consequentemente, leva maior quantidade de ar para os seus pulmões.

 Estima-se que uma criança pequena, em ambiente onde existam fumantes, inale até três vezes mais poluentes do que os próprios fumantes. Infelizmente, o bebê, com poucas horas de vida, não sabia desses fatos e muito menos que já estava aspirando mais de 1.500 substâncias existentes no tabaco, número que sobe para 4.000, se for levada em consideração a pirossíntese, ou seja, a formação de novas substâncias a partir da queima do cigarro. Muitos desses produtos são maléficos à saúde, tais como nicotina, monóxido de carbono, furfural, formaldeído, benzopireno (suspeito de ser o causador do câncer), fenóis, acetona e outros.

O ato de fumar pode ser dividido em duas fases: a primeira, gasosa, constituída pela fumaça exalada pelo cigarro aceso, ou pelo fumante; a segunda, denominada particulada, corresponde à fumaça inalada pela pessoa durante o ato de fumar. Sem dúvida, a fase gasosa é a mais nociva às pessoas que convivem com os fumantes.

Essas pessoas são denominadas "fumantes solidários". E quais são os prejuízos para os bebês "fumantes solidários"? Os efeitos nocivos, nessa idade, estão principalmente relacionados com o aparelho respiratório: infecções respiratórias de repetição, alergias, asma, sinusites, otites. O fumo reduz a atividade dos cílios, que são os encarregados da limpeza da árvore respiratória, e a atividade fagocitária dos macrófagos alveolares, células encarregadas da defesa, predispondo às infecções.

As crianças cujos pais fumam têm muito mais problemas respiratórios do que as que têm pais não-fumantes, existindo até estudos que mostram uma relação direta entre os problemas respiratórios e o número de fumantes na casa. Freqüentemente, os pais se esquecem de que a fumaça do cigarro voa, impregna o ar e invade todos os aposentos da casa, inclusive o quarto do bebê.

Essa observação é importante, pois, muitas vezes, os pais pensam resolver o problema deixando de fumar no quarto da criança, ou na sala, quando ela estiver presente. Se você não consegue parar de fumar, crie o seu próprio "fumódromo" na varanda, no quintal ou na rua. O melhor seria os pais aproveitarem a oportunidade do nascimento dos filhos para largar o hábito de fumar, seja pelo amor a eles ou a si próprios.

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