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Aniversário de 190 anos do Barão de Guaraciaba é marcado com visita de tetraneta ao Palácio Amarelo
O Barão foi um dos homens mais ricos do Segundo Reinado e dono do Palácio Amarelo, atual sede da Câmara Municipal de Petrópolis

12/01/2016 - 09:11 - No dia 10 de janeiro de 1826 nascia em Lagoa Dourada, distrito de São João del-Rei, em Minas Gerais, Francisco Paulo de Almeida. Francisco entrou para a história brasileira como o primeiro barão negro do Império, o Barão de Guaraciaba, e foi amigo pessoal da Princesa Isabel e do Conde d’Eu. Em Petrópolis, foi dono do Palácio Amarelo, atual sede da Câmara Municipal. 

Passados 190 anos, a Câmara Municipal recebeu na última semana a visita de Mônica de Souza Destro, tetraneta do Barão de Guaraciaba.

O Barão de Guaraciaba foi o último dono particular do Palácio Amarelo, antes de o prédio ser vendido para a Municipalidade em 1894. Na bagagem, Mônica trouxe diversos documentos que contam a história do Barão, incluindo imagens, certidões e recortes de jornais. 

Até pouco tempo, raras eram as informações disponíveis sobre o Barão na Câmara Municipal. Apenas em 2014, na ocasião dos 120 anos de aquisição do prédio é que a Câmara finalmente descobriu o rosto do vendedor do Palácio Amarelo: uma pintura a óleo de Julius Stewart de 1884 do acervo do Museu Imperial que ficou três meses exposta na Sala das Comissões como parte da Exposição Legislando no Paraíso, realizada à época para comemorar além da aquisição do prédio, os 155 anos de instalação do Poder Legislativo na cidade.

A Câmara Municipal não tinha praticamente registros do Barão de Guaraciaba. A história mais conhecida, e confirmada por Mônica, era de que o Barão não queria vender o Palácio e sofreu muita pressão para se desfazer do imóvel. A venda se concretizou quando a Prefeitura ameaçou instalar uma grande feira ao ar livre bem em frente ao imóvel. Em seguida, ameaçou construir o próprio Paço Municipal na atual praça Visconde de Mauá.

A visita de Mônica preencheu várias lacunas biográficas da vida do Barão e também revelou uma vontade da tetraneta de Guaraciaba: “sonho lançar a genealogia da minha família em um livro ricamente ilustrado. Meu avô iniciou o trabalho de inventariar fotos, testamentos, recortes de jornais e certidões de nascimento e de óbitos de todos os parentes. Cada filho e neto do Barão possui uma pequena biografia escrita por meu avô. Em relação aos filhos e netos do Barão, os dados estão completos. Tenho guardado todo esse material e ainda tudo que juntei após o falecimento dele. Gostaria de poder lançar esse livro aqui na Câmara, pois foi onde meu avô nasceu”.

Nas imagens e registros que Mônica trouxe é possível ver que o Barão era mulato e começou jovem nos negócios como ourives. Nas horas vagas, tocava violino em enterros. Depois virou tropeiro e foi quando conseguiu juntar dinheiro para comprar sua primeira fazenda em Valença, seguidas de fazendas em Conservatória, Vassouras, Três Rios e Mar de Espanha.

Também tinha casas na capital e em 1891 comprou o Palácio Amarelo para passar os verões. O Barão também participou da fundação de bancos, como o Banco Territorial e o Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Trabalhou com negócios de importação e exportação, tinha ações em Bolsas de Valores, participou da construção da Estrada de Ferro de Santa Isabel do Rio Preto e foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Valença. Todos os negócios o fizeram um dos homens mais ricos do Segundo Reinado do Brasil.

Após vender a contragosto o Palácio Amarelo em 1894, morou em uma mansão no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, e faleceu em 9 de janeiro de 1901, deixando as fazendas para as filhas e dinheiro aos filhos.

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