Os parlamentares que lotaram a Comissão de Saúde se disseram sensibilizados com a campanha e afirmaram que o machismo e o preconceito ainda hoje afastam os homens do exame de toque retal. O presidente da Comissão, deputado, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) conclamou os homens a aderirem à campanha, a exemplo do que fazem as mulheres em relação ao “Outubro Rosa”, que alerta sobre o câncer de mama.

“Geralmente são as mulheres que levam seus maridos ao médico. Os homens precisam se conscientizar mais da importância de cuidar da própria saúde”, alertou.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que é ativista do movimento negro, chamou a atenção da importância da campanha “Novembro Azul” e da necessidade de campanhas voltadas para os homens negros, que fazem parte do grupo de risco da doença.

“Temos um índice muito alto de homens negros com câncer de próstata e alguns deles chegam a morrer porque não querem se submeter aos exames médicos. O problema é que não tratamos o machismo da cultura brasileira e há dificuldades de conscientização inclusive entre pessoas esclarecidas. Estaremos apoiando está campanha e acho que o azul e o rosa se dão muito bem", disse a parlamentar em alusão ao “Outubro Rosa”.

Para o presidente da SBOC, Anderson Silvestrini, a adoção do diagnóstico precoce é fundamental para evitar que os números de casos continuem a crescer no país. “É preciso investir na prevenção para que a doença possa ser controlada. Só vamos reverter esses números quando intensificarmos o número de diagnósticos precoces que podem ser identificados por meio do PSA ou do exame de toque. Esse diagnóstico, aliado a um tratamento adequado, podem reduzir em até 90% a mortalidade da doença”, destacou.

Um estudo realizado na Europa mostra que a adoção do PSA diminui sensivelmente o índice de casos avançados e de mortalidade da doença. O referido estudo apresentou redução de 20% da mortalidade e 40% de redução dos casos avançados.

Recentemente, o Ministério da Saúde, baseado num estudo realizado nos EUA declarou que a adoção da prevenção em ampla escala não seria fundamental para o combate à doença e que pode gerar tratamentos desnecessários em casos que podem não evoluir. Para o presidente da SBOC o ministério faz uma leitura equivocada, pois considera o estudo feito nos EUA, inconclusivo.

“Ao contrário do que pensa o governo, o aumento do diagnóstico não significa necessariamente aumento do tratamento. Sabemos da variedade de tumores diagnosticados e que uma parte deles pode ser apenas acompanhado, sem tratamento específico”, destacou Anderson Silvestrini.

O último levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizado em 2008, mostra que foram diagnosticados no mundo cerca de 900 mil casos de câncer de próstata com aproximadamente 260 mil mortes. A estimativa mundial é de 3,2 milhões de novos casos da doença nos próximos cinco anos.

Drª Carla Ismael, que faz parte da SBOC e do corpo clínico do CTO – Centro de Terapia Oncológica, afirma que nesse primeiro ano as ações não chegaram a Petrópolis, mas que o evento deste a crescer e ela fará o possível para ações na cidade.


SERVIÇO

CTO – Centro de Terapia Oncológica
Rua Dr. Sá Earp, 309
Centro – Petrópolis/ RJ
(24) 2244-2005