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Conversando com Tê - Carta a um Amigo
Dezembro/2011 

Mala direta 

Querido amigo,

Tenho queimado alguns neurônios procurando as palavras certas para lhe escrever esta cartinha. Mas, sabe como é, quando a gente escolhe muito as palavras corre o risco de embotar o sentimento e aí a fala engasga, a língua trava e os dedos não obedecem ao comando, afastando de nós o que há de mais puro em nossas intenções. Por isso, sempre é melhor deixar falar o coração.

Especialmente, nesse mês de dezembro, tenho sentido muitas saudades de você. Faz muitos anos que não o vejo; desde o tempo em que eu era criança e que sonhava com o lado fantástico da vida, que só a infância é capaz de nos fazer sonhar. 

Gostaria muito de reencontrá-lo, além das fronteiras da minha fantasia infantil, nesse momento em que os anos já começam a contar a minha própria história; reencontrá-lo e poder contar toda a minha trajetória, falar das lutas inglórias, das doces vitórias, das vezes que o meu coração se partiu, das outras vezes que amei, dos tolos enganos, das perdas e danos, dos conflitos que vivi e das coisas que aprendi, vivendo e amando e sofrendo e chorando, mas venci – ainda estou aqui.

Gostaria de poder mais. De me sentar novamente em seu colo como fazia outrora e com minhas mãos, já não tão pequeninas, entrelaçar os fios de seus cabelos – da cabeça à face, como a benzer meus dedos na maciez da sua sabedoria e tirar outra vez aquela foto: os olhos arregalados de puro deleite e encantamento pueril, para colar no álbum de fotografia da família que, agora, cresceu – somos seis.

Depois, gostaria de ser mais uma vez embalada ternamente em seus braços, como quando ainda menininha, dormia ao som de cantigas de ninar, pois ultimamente tenha estado, confesso, carente de gestos de amores e dengos maternos e paternos. Tenho a impressão que se fechar meus olhos, ainda sou capaz de sentir a sensação do meu corpo no seu, quente e confortável, aconchegando meus sonhos, temores e, nesse fugaz instante, voltar a ter a certeza de que tudo vai dar certo e que cada coisa está em seu devido lugar.

Meu amigo Papai Noel, porque será que o tempo gosta tanto de contar a idade dos homens? Afinal, bem no fundo do coração dos humanos seres, ditos adultos, acredito que ainda se esconda uma criança que vive assustada e perplexa diante da complexidade e das dores do mundo. Gente grande que, na época do Natal, ainda guarda na lembrança a doce recordação de uma noite mágica, em que mãozinhas ansiosas colocavam no parapeito da janela, o sapatinho, com a esperança batendo acelerada dentro do peito, na expectativa da chegada do novo dia que traria a alegria, materializada na conquista do presente tão sonhado.

Por isso Papai Noel, eu resolvi lhe escrever. Não sei se você vai me ler - e nem tenho essa pretensão. Mas, quem sabe, via coração, você possa me entender. Será que pegaria mal aproveitar a oportunidade pra descontar o tempo perdido e fazer alguns pedidos? Se isso for possível, é só acessar o te.amor.com.deseja e checar as possibilidades de realizar os meus sonhos. 

No mais, um beijo carinhoso pra você, Papai Noel. E também Feliz Natal pra você, que sempre gentilmente me lê. Saúde e Paz!

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