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Pichação - Arte, Mensagem ou Rabisco?
24/10/2011 - 09:59 - Com a intenção de clarear as polêmicas que envolvem as pichações - ato de escrever ou rabiscar sobre muros, prédios e pontes -, que o Centro de Cultura Raul de Leoni realiza no Cine Humberto Mauro, no próximo sábado, às 19h30, um debate-papo para discutir sobre o tema com lideranças estudantis, IPHAN, pichadores, grafiteiros, professores e o público em geral. O encontro será dividido em 03 módulos: 1- Demarcação de território; 2- Grafite x Rabisco; 3- Resistência x Crime Ambiental.

O evento contará com a presença do líder estudantil Yuri Moura (coordenador de Juventude da Prefeitura de Petrópolis); da diretora do IPHAN – Petrópolis, Érika Machado; do grafiteiro Doug e da professora Mary Rios. Os participantes serão mediados por Marco Aurêh, Gerente do Centro de Cultura. Na ocasião será exibida uma montagem audiovisual sobre o tema.

Marca

Desde a idade da pedra, que o homem tem o costume de deixar a sua marca por onde passa, em forma de catarse e desabafo ou na elaboração de uma obra de arte. Com criatividade ou mau gosto, os rastros humanos causam, ora a discórdia, ora a harmonia.

Já em meio aos concretos das grandes metrópoles, vieram as ações políticas com frases de impacto chapadas nos muros, como “Abaixo a ditadura” e “Diretas já”. Poetas e escritores anônimos até hoje fazem uso das paredes das cidades para cravarem seu recado. E a mensagem romântica, se não convence a pessoa amada, é bem mais lida do que uma carta amorosa. Como forma de protesto ou de declaração de amor, a comunicação é estabelecida e de alguma maneira atinge
a sua proposta em letras amplificadas.

Como propaganda política, poema ou xingamento, há de se levar em conta que existe uma comunicação nestas manifestações, entretanto, quanto àquela “estilizada” assinatura no concreto, conhecida como pichação (que etimologicamente significa ato de criticar ou difamar), façamos uma reflexão.

Nos dias de hoje, muitos prédios, pontes, muros e patrimônios culturais servem de suporte aos “pintores do asfalto”. A disputa e a integração interna nos grupos, a demarcação de território e a intenção de causar impacto ao escalar alturas (aparentemente inalcançáveis), são alguns estímulos que movem esses “anônimos que assinam”. Contudo, é preciso observar que há uma diferenciação entre a pichação e a grafitagem. Enquanto a primeira é composta de letras e traços, normalmente formando uma marca de intricada codificação, o outro mostra uma estética visual bem mais elaborada. Este propõe um desenho artístico, seguindo ou não, uma temática preestabelecida. A paleta de cores é ampla e o traço, que às vezes flerta com o abstrato, procura se adequar às variadas encostas urbanas em questão, tal qual uma instalação artística específica. Enquanto a

Press release

obra dos grafiteiros pode se enquadrar no segmento de artes visuais, muitos consideram que a maioria dos símbolos dos pichadores está longe de significar uma manifestação artística.

Na mesma proporção em que crescem as gangs de pichadores, aumenta o cerco das autoridades que visam a segurança pública. No Brasil, a pichação é tida como crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que estipula pena de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa para quem pichar, ou por qualquer meio, conspurcar edificação ou monumento patrimonial.

O encontro visa uma discussão aberta sobre tudo que envolve o universo da pichação e da grafitagem sob a ótica de várias vertentes.

Artistas de rua, pichadores, interventores urbanos, grafiteiros, autoridades públicas e todos interessados, estão convidados para o debate franco e aberto.

Venha deixar sua marca, participe.

SERVIÇO
Debate: “Pichação – arte, mensagem ou rabisco”
Local: Cine Humberto Mauro – Centro de Cultura Raul de Leoni
Data: dia 29 de outubro de 2011, às 19h30
Entrada franca.

Gerência do Centro de Cultura Raul de Leoni 
Enndereço: Praça Visconde de Mauá, 305
Bairro: Centro 
cidade: Petrópolis-RJ
tel.: (24) 2233 1221 ou 2233 1222

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