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Conversando com Tê - A Necessaire da Marcinha

Por Tê Barbosa - 27/04/2010

Para Márcia Celi

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Todos nós temos alguns amigos que, se não nos são mais afetos do que os outros com certeza são mais especiais. Com seu jeito pessoal de ser, é quase marca registrada, quando queremos lembrá-los, contá-los ou comentá-los com outros amigos.

Assim, é minha amiga Marcinha que, aliás, é amiga de todos, pois nunca ouvi alguém dizer que não gostasse ou que não se lembrasse dela com carinho. Seu sorriso largo e franco, sempre pra cima, mesmo que as tais vicissitudes da vida não lhe estejam acenando calmaria.

Marcinha que não leva Maria no nome, mas Celi. Que se não me falha a memória tem a ver com Célia que significa céu. Márcia do Céu, legal! Vou me lembrar da próxima vez em que estivermos juntas que ela é uma amiga divina, mas que tem suas manias como qualquer um de nós, pobres seres mortais.

Certa vez, estávamos a comemorar o aniversário de um amigo – também divino, quando a minha amiga Marcinha, com seu namorado (na época) a tiracolo, sobrepôs sobre a mesa, entre copos de chope, celulares, cigarros depositados displicentemente sobre cinzeiros fumegantes, a sua preciosa necessaire.

Maria do Céu! Imaginem só o que foi, um a um, tirado, com o suspense esperado de um mágico, da dita bolsa de necessidades da Marcinha?

Para começar, o trivial variado: comprimidos para todas as dores, lixa e esmalte para retocar o descasque de última hora de uma unha safada, tesoura dobrável para cortar todos os males, batom amostra grátis, pílula (não me perguntem pra quê) e um anel com crucifixo – Cruz em credo, Ave Maria! – para espantar - Sai pra lá, mau olhado!

Até aí tudo bem. Mas, quando pensamos que já havia acabado o popular arsenal, lá vem ela com os mais inusitados apetrechos, que geralmente não se adicionam às necessidades no dia-a-dia das mulheres comuns.

Maria do Céu!

Um abridor de lata de campanha! Supositório! Super Bonder! Esparadrapo! Estranho! Ficamos nós, seus amigos da vez, de agora e de antanho matutando, intrigados e tentando imaginar as mil uma utilidades para tal parafernália.

Você pode imaginar a gozação que deu lugar, nessa mesa de bar, por conta da dita cuja necessaire? E assim, passamos uma boa hora curtindo, fazendo adivinhações e encarnando na pobrezinha da Marcinha que,, meio sem jeito explicava, um a um, o objetivo de cada item necessário ao seu uso diário. É uma santa, essa menina! E o então namorado? “É necessário, mas não anda na minha necessaire”, ela responde rápida e faceira.

Empolgada, ela fez questão de mostrar outra bolsinha – Cuidado! – com seus estimados patuás. Grãos de romã para dar sorte e dinheiro- se cuida Bil Gates; caju, murungú e cassaú – receita infalível  pra úlcera nenhuma ficar doendo; um simpático sapinho da sorte; um cartão antigo da Mega Sena, outro de táxi 24 horas; uma medalha de N.S. Aparecida, outra milagrosa (de quem?), outra ainda de N.S. da Saudade e um terço. Que contraste! É o máximo, essa menina!

É por essas e outras que adoramos a Marcinha e que temos certeza de vale a pena colecionarmos, por toda a vida, amigos como ela. Amigos que nos fazem rir e com quem podemos chorar e contar, na alegria e na tristeza. Que nos fazem acreditar que ter amigos é necessaire e faz bem pro coração. Sempre.

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