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Conversando com Tê - Meus Amigos

Por Tê Barbosa - 10/03/2010

· "Senhor, não me deixe julgar um homem sem que eu tenha andado durante duas luas com seus mocassins.” 

 (Prece de um índio Navajo)

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Meus amigos mais diletos são muito especiais e fazem parecer que dentro do meu peito bate mais de um coração. Meus amigos são como estrelas - faça chuva ou faça sol clareiam o céu de minh’alma. Cada um com seu jeito de ser, brilho próprio, limites, palpites, certezas, inseguranças, mas com um quê a mais que me faz amá-los por tudo que são ou  até mesmo pelo que deixam de ser. Meus amigos são todos ma-ra-vi-lho-sos.

Sem defeitos.  Perfeitos em suas humanas imperfeições, sejam elas quais forem. Amigos que em meu peito acalento com carinho e aos quais hei de amar até morrer. Pudesse eu os ninava a todos, aninhados em meu colo, quando percebo um risco de tristeza empanando a beleza de seus rostos. Por eles, vivo transbordando de amor.

Desse amor que se derrama tão espontaneamente e penetra em meu corpo frágil como um bálsamo abençoado que me consola, que me cura as feridas ou que simplesmente me faz ter vontade de cantar, rir ou dançar, mesmo quando trago o coração dilacerado pelas batalhas dessa minha vida atribulada. Por eles, brigo, xingo, rodo a baiana, mostro a língua e faço cara de má. Vá de retro, Satanás!

Certas vezes, tenho vontade de rodeá-los com meus braços e me fazendo um gigante, em largas passadas transportá-los pra Shangrilá. Gostaria também de fazer um acróstico para cada um deles mas teria que passar a minha vida inteira fazendo só isso, no entanto, seria preciso ganhar na Mega Sena. E aí sim, eu poderia realizar de cada um o sonho sonhado a tanto tempo guardado dentro de seus corações. Ah, como seria bom se eu pudesse ver em cada rosto amigo a cara estampada da felicidade.

Quando os tenho ao meu lado, mesmo que não os tenha todos ao mesmo tempo, eu me sinto tão poderosa que seria capaz de, como Atlas, levantar o mundo com minhas próprias mãos como se fosse uma pena de águia. Meus amigos são o mundo. Um mundo que ainda acredito possível ser fraterno e definitivamente humano.

Com eles, eu me sinto outra vez criança. Sinto gosto de esperança. Quando estou ao lado deles me esqueço que a vida é feita de muitos matizes, de vermelhas cicatrizes e a imagem que se forma tem apenas uma cor – é tudo azul. E assim me vejo refletida na paisagem de um país, onde banho meus ombros cansados em um mar de calmaria e de luz.

Os meus amigos mais diletos nem imaginam com que intensidade deliciosamente sorvo cada palavra, me encanto com cada gesto e fotografo cada feito e trejeito de suas feições, impregnando minhas retinas de Rembrandts, Van Goghs e Dalis. Ouço suas risadas, suas falações sem fim, suas razões, seus desatinos, seus discursos filosóficos, seus bocejos, suas perdas, suas conquistas, seus desejos e sinto que a vida tem sentido e que existe, em todo caos do universo, uma explicação lógica e divina, e que tudo vai dar certo.

Meus amigos são como a raiz de um jatobá, forte e firmemente cravada na terra da pátria amada por mim. O amor que sinto por eles é uma estrada sem fim que me aproxima de Deus e que me faz acreditar que eu nasci pra ser feliz.

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