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Conversando com Tê - Ora Bolas..

Por Tê Barbosa - 01/07/2009

Hoje, eu acordei meio rascante. Cá entre nós, existe coisa mais irritante do que o troco que não tem em loja de 1,99? Raciocina comigo: cobrar por um produto um real e noventa e nove centavos e NUNCA ter troco de um centavo para devolver então por que não cobrar logo de uma vez dois reais? E os caixas agem com a maior desfaçatez com cara de quem ouviu o tiro, mas não sabe aonde quando não demonstram indignação, achando um absurdo quando exigimos o que nos é de direito.

Para os marketeiros de plantão, e  de uma forma simplista, a justificativa é de que 1,99 têm mais apelo do que dois. Leva a mal não, mas isso é no mínimo subestimar a nossa inteligência quando não é propaganda enganosa. Ora, bolas! Então, por que não cobram dois reais de uma vez? Não importa. O que importa é que comércio tem que ter troco sim senão a troca mercadoria-dinheiro deixa de ser capitalismo para se travestir de “espertalismo”.

E de um em um, no final do mês o cofrinho está cheio e vai para o bolso de quem? Faça as contas, amigo! Talvez dê uma boa comprinha de supermercado, não é mesmo? Outra questão é essa mania que nós temos – brasileiros, por sinal - de agirmos camuflados pelas aparências. Temos receio de ser condenados à pecha de “pobres” porque achamos que um centavo faz a diferença. E faz! Talvez não pelo valor monetário, mas pelo fato de que o que é certo e de direito nos pertence sempre. E aí nos fazemos de rogados e “dispensamos” o reles e insignificante um centavo quando não nos impõem deixar de receber dois.

Pois é, foi isso que me aconteceu recentemente precedido pela frase despudorada: posso ficar devendo dois centavos? Trocando em miúdos, está institucionalizada a cultura do “sem troco do centavo”. Será que é culpa do Central? O banco, é claro! Eu só queria saber: se eu não tiver dois centavos, eu também posso levar a mercadoria?

Piorando a história: outro dia foram quatro centavos no supermercado; três centavos numa loja de roupas populares na avenida e sempre com a maior sem cerimônia – de R$ 19,97 cobrou R$ 20,00, deu troco de 50 e ficou por isso mesmo. Mas não diz a lei que o justo seria arredondar para baixo, isto é, não tem troco? – 97 centavos viram 95. Doce ilusão!

Os Estados Unidos, país que enchemos a boca para medir diferenças brasilianas e sempre contra nós, valorizam o “cent” como uma moeda cidadã e a bem da verdade estão certos. O centavo americano tem valor real e vai ver que é por isso que a economia do Tio Sam ainda domina e determina o mundo. 

E assim seguimos nós nesse Brasil varonil de grandes riquezas, terras abençoadas por Deus e bonitas por natureza onde o “dois pesos e duas medidas” nos transformam em cordeirinhos seguindo docilmente para o abate legalizado dos espertalhões. E como se não bastasse isso, ainda temos que “lacrar a sacolinha” quando entramos nesses populares comércios, pois já nos consideram “ladrões por natureza” antes mesmo de aplicarem o “posso ficar devendo um centavo”? Ora, bolas! Isso é falta de respeito e inconstitucional. Ou não? Deixe estar! Vou desengavetar as moedinhas de um centavo e só entro agora no comércio do “sem troco do centavo” e pago o preço pedido e justo que mereço e que me é de direito. Aliás, todos nós merecemos. Ora, bolas!

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