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Conversando com Tê - Sobre as Palavras


"O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou."
( Abu Shakur )

Por Tê Barbosa - 01/07/2008

Nas meias voltas que a vida dá, volta e meia alguma coisa ou alguém nos faz experimentar o gosto amargo da mágoa. Aqui, algo que fazemos bem intencionados, mas que nos escapa ao controle e acaba sendo mal interpretado; ali, uma palavra que nos é maldita, seja maliciosamente intencional ou num momento qualquer de simples mau humor, do qual sabemos que não nos cabe a culpa, mas que nos causa dor. Outras vezes, mea culpa! E vem a mágoa de nós mesmos por termos usado a palavra errada.

Lembrando a canção - e ando muito musical ultimamente, não sei bem por que ou se por conta do clima chuvoso que andou por aí - quando a mágoa chega alguma coisa acontece no meu coração que parece que ele se parte em cacos, difíceis depois de se juntarem.

“Amor quebrado, amor desamparado. O que se quebrou está quebrado.”

Ah, as palavras! Bem sabemos o quanto elas podem nos atingir como um trator, tanto para enaltecer quanto para derrubar a quem delas é o alvo. Por isso, acredito que devemos sempre, mesmo que em situações comuns do nosso cotidiano, colocar nelas uma pitada de responsabilidade civil e, como humanos que somos - ou pensamos ser - adoçá-las com o ingrediente da compreensão, não esquecendo que  estamos –TODOS - no mesmo barco e, principalmente, nos lembrando que a perfeição não é deste mundo.

Senão, meu amigo, nós corremos o risco – SEMPRE - de magoar aqueles que nos privilegia com o seu carinho, como também ver destruído um dos bens mais preciosos desta vida: a amizade, que muitas vezes levamos tanto tempo para construir. Como disse um amigo meu, “língua é faca de dois legumes”. Cuidado! Mas fico também a pensar que as palavras normalmente são ditas sem que realmente tenhamos consciência plena de seu significado ou do que elas são capazes de provocar. 
 
E deixando de lado um pouco a seriedade da questão: palavra sem ação é como água no feijão, às vezes faz desandar uma saborosa refeição. Rimas a parte, acabei me lembrando de um dia que não sei bem por que, recebi uma resposta atravessada de uma pessoa querida a quem tenho o maior carinho e admiração. E essa, apesar de desnecessária, magoou meu coração.

Mas como também não sou perfeita, juntei os cacos, espantei a tristeza e cantei outra canção: amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, não importando a condição, pois quando eu digo que gosto, minhas palavras não são em vão.

Afinal, onde anda você que há muito tempo não vejo e nem tenho aconchegado num abraço forte e gostoso? Você e os nossos papos variados entre sons serenos, gestos delicados, opiniões bem intencionadas com muito cuidado colocadas sobre a mesa. De bares, de casa, de restaurantes, amenos instantes que ficaram marcados na lembrança, sem lenço e sem documento.

E assim, é melhor encerrar pelo meio esta conversa porque, senão, em vez de conversando, isto aqui vai virar poetizando, haja vista que as palavras insistem em saírem rimadas através dos dedos das minhas mãos.


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