25/03/2020 - 18:32 - O novo coronavírus ou Covid-19 ou beta coronavírus é uma família de vírus que provoca infecções respiratórias em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, ele não afeta, nem é transmitido pelos animais, ou seja, não é uma zoonose. É importante ressaltar que há outra família de coronavírus que afeta apenas e tão somente os animais, o alpha coronavírus, causando inflamações intestinais e nos felinos, a perigosa Peritonite Infecciosa Felina (PIF). Para o alpha coronavírus em cães, há vacinas preventivas. Entretanto, estas vacinas não devem ser usadas em humanos, já que não previnem contra o beta coronavírus.

De acordo com a médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Amigo Bicho, em Petrópolis, as recomendações ao se levar os animais a um atendimento neste período seguem todos os padrões dos órgãos competentes no combate ao Covid-19. “Este é um período que a maioria das clínicas está atendendo apenas urgência e emergência, muitas 24 horas por dia, como é o nosso caso, já que os animais não deixam de ficar doentes devido à pandemia. Entretanto, este não é o momento de levar o animal para uma consulta de check-up, consultas pediátricas, atualização de vacinas ou corte de unhas. O momento é de ficar em casa. Todo mundo resguardado”, alerta Priscila.

Se houver necessidade do tutor levar o animal em uma emergência, é preciso evitar aglomerações, respeitando o distanciamento de um metro a um metro e meio entre uma pessoa e outra. Muitas clínicas também estão disponibilizando agendamentos. Se possível aguardar dentro do carro, no estacionamento ou na varanda para desviar de um possível trânsito de pessoas na sala de espera. Evite também colocar a mão em balcões, maçanetas e corrimãos. A qualquer contato, lavar as mãos ou fazer uso de álcool gel. Ir apenas um acompanhante com o animal. Não levar crianças e idosos ao atendimento. Caso seja necessária a internação, se possível evitar visitas ou ir apenas uma pessoa.

Quanto àquelas pessoas que levam o cão para passear frequentemente? A veterinária orienta que o ideal é evitar levar o animal para passear a fim de não colocar o tutor em exposição ao vírus, fazendo em casa mesmo, brincadeiras como pegar bolinha e outras para gastar a energia do bichinho. “No caso de ser imprescindível para animais que não urinem ou evacuem no quintal, um passeio mais curto do que o habitual, em áreas abertas, com o mínimo de pessoas possíveis e ao retornar a casa, fazer higienização das patinhas”, esclarece.

Após o passeio na rua com o animalzinho, fazer higienização das patinhas com sabonete comum ou shampoo, que o animalzinho geralmente usa, misturado a água em uma bacia ou pote. “Imediatamente ao entrar dentro de casa, deixar a patinha um pouco de molho, fazer uma lavagem com leve fricção nas almofadinhas e em toda patinha. Em seguida, secar com toalha ou papel toalha. Ao fim da higienização, lavar as mãos com sabonete ou passar álcool gel. Também é possível fazer o uso de luvas para o procedimento”, acrescenta.

A médica veterinária Beatriz Pellegrini explica que o cuidado com a saúde e higiene dentro de casa é fundamental, porém o excesso de produtos degermantes, ou seja, aqueles que combatem os microorganismos de maneira geral, como álcool gel, água sanitária e lysoform ou desengordurantes, como detergentes de cozinha, em contato com a pele ou patas dos animais, podem causar diversos problemas, além de alergias de uso contínuo.