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O Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço dia 27/07
25/07/2017 - 13:47 - é celebrado no dia 27 de julho. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – SBCCP promove durante todo o mês de julho atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer. A data foi definida no Congresso Mundial da Especialidade, realizado em 2014, pela Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço. Esse ano é realizada a 3ª edição da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço - “Julho Verde”, visando conscientizar a população sobre a doença, os principais fatores de risco e como preveni-la.

Em apoio à campanha da Associação de Câncer de Boca e Garganta - ACBG, que tem por iniciativa estimular a prevenção “boca a boca”, sendo a boca um dos alvos da doença e que por meio dela deve sair à mensagem de alerta, a SBCCP, os institutos e clínicas parceiras chamam a atenção de toda a população para a importância da prevenção e a urgência de implementação de políticas públicas por parte das autoridades de saúde.

O perfil demográfico preponderante do paciente com câncer de cabeça e pescoço é de indivíduo do sexo masculino, com idade entre 40 e 69 anos, fumante e/ou consumidor habitual de bebidas alcoólicas. Estudos epidemiológicos demonstram que a infecção pelo HPV já é a principal responsável pelo desenvolvimento do carcinoma espinocelular. O que é ainda mais preocupante é que atinge preferencialmente indivíduos jovens, menores que 45 anos.

De acordo com o Dr. Paulo César Canary, Radio-oncologista membro do corpo clínico da Radioserra – Centro Regional de Radioterapia, os cânceres de cabeça e pescoço são todos os tumores que surgem nesta região. “Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais”, detalha.

Canary pontua que ao abordar os cânceres de cabeça e pescoço é importante ressaltar dois tipos distintos de prevenção. “A prevenção primária que visa evitar que a doença apareça e nesse caso as ações estão relacionadas com o combate ao tabagismo, ao alcoolismo e a exposição ao HPV e a prevenção secundária, que visa o diagnóstico precoce e se caracteriza por avaliação dentária periódica a fim de detectar qualquer lesão na boca e faringe no inicio de seu surgimento”.

Para a odontologa Amanda Clavery, o dentista precisa estar atento a todas as possíveis lesões existentes nesta região. “Um exame minucioso deve ser realizado, observando assim, todas as estruturas. Em alguns casos é indicado fazer biopsias para estudo citopatológico das lesões”. A especialista ainda lembra que as consultas periódicas ao dentista devem ser realizadas a cada seis meses, salvo, em situações em que se observe alguma lesão, dor, ardência, sendo, portanto, essa consulta realizada o quanto antes.

O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, reduzindo assim substancialmente a possibilidade de cura, além da necessidade de tratamentos mais agressivos, o que com frequência podem deixar sequelas no paciente.

A análise dos pacientes tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) revela taxas de cura superiores a 90%, em casos de câncer de laringe diagnosticados precocemente, contra 27% para pacientes diagnosticados com câncer de boca e faringe em estágio avançado, ou seja, quando o tumor tem grandes proporções e/ou quando há a presença de linfonodos metastáticos no pescoço.

Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.

São cerca de 23 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trabalhos brasileiros demonstram que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca. “O número parece pequeno, mas em um contexto de 200 milhões de pessoas, esse percentual representa cerca de 14 milhões de indivíduos em risco de desenvolver a doença no Brasil”, explica o cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Leandro Luongo de Matos, membro da SBCCP.

A infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência desta doença, segundo a SBCCP. “A infecção pelo HPV é um importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral sem proteção e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais”, explica o cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Fernando Walder, presidente da SBCCP.

Dr. Walder ressalta que é também muito importante que toda a população saiba quais são os sintomas, pois só assim é possível que haja diagnostico precoce. “Entre os sintomas preocupantes estão nódulo persistente no pescoço, principalmente quando não desaparece espontaneamente em até 21 dias, é endurecido e cresce progressivamente, lesão na boca que não cicatriza espontaneamente em até 21 dias, e rouquidão por mais de três semanas, em especial em fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas. Tais manifestações servem de alerta para a procura com urgência de um cirurgião de cabeça e pescoço, já que podem ser indicativos da doença”.

Por fim o declara o cirurgião Dr. Leandro Luongo de Matos ressalta que é necessária à implantação imediata de políticas públicas pelas autoridades de saúde, principalmente quanto à implementação de programas de diagnóstico precoce e de combate aos fatores de risco, pois trata-se de uma doença, na maioria das vezes, relacionada à exposição a fatores comportamentais evitáveis.

Em prol dessa ação, a proposta é utilizar a cor verde e a hashtag #julhoverde para disseminar a informação sobre o tema e atingir o maior número possível de pessoas, com ações na internet, redes sociais e nas ruas.

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