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Mostra “O Corpo”, de Maria Perdigão, está aberta à visitação na galeria da Ceperj


02/10/2014 -  As 40 obras da artista plástica mineira podem ser vistas gratuitamente até 31 de outubro

“Só há um templo no universo e é o corpo do homem. Nada é mais sagrado que esta forma sublime”. A citação de Novalis, poeta alemão do século XVIII, título de uma das telas, define bem a exposição “O Corpo – templo sagrado do espírito”, de Maria Perdigão, a artista plástica mineira que pinta com pigmentos naturais. Suas 40 obras reunidas na Sala Djanira, galeria do Espaço Cultural Ceperj, estão à disposição do público de segunda a sexta, das 10h às 18h, até 31 de outubro, na Avenida Carlos Peixoto, 54, Botafogo, em frente ao Shopping RioSul.

 A 221ª mostra do salão de arte da Fundação Ceperj foi inaugurada pelo presidente da instituição, Mauricio Carlos Ribeiro, na noite desta quarta-feira (1º/10), que, atraído pela beleza dos quadros, já tinha admirado cada uma das telas antes da abertura da exposição para 150 pessoas. Mauricio Ribeiro e os convidados da artista constataram que as obras são resultado de cores produzidas com substâncias naturais extraídas principalmente das terras, das sobras de turmalinas, de microcristais de pedras preciosas e semipreciosas, de fragmentos de conchinhas do mar.

Os “corpos” de Maria Perdigão, alguns com cores vibrantes, ouros com cores suaves, unem o artístico e o espiritual. Em pintura, ela tem formação em Antroposofia, do filósofo austríaco Rudolf Steiner que, segundo os especialistas, é um método de conhecimento que aborda o ser humano em seus níveis físico, vital, anímico e espiritual, e mostra como essas naturezas, absolutamente distintas entre si, atuam em constante interrelação. A artista define como “cosmovisão que busca a interpretação do ser humano, onde a arte tem um papel importantíssimo de ponte entre o visível e o espiritual”.

Além das telas e aquarelas, a mostra de Maria Perdigão também reúne objetos ressignificados, em madeira e folha de cobre com interferências, que parecem  “esculturas” para os leigos. Mas ela faz questão de explicar que são objetos que ganham novo significado com a união de metais trabalhados e troncos de árvore – quatro no total, representando o quaterno, as quatro funções da alma: o pensar, o sentir, o querer, conduzidos pela intuição.

Para os títulos de seus quadros, artista recorreu a citações, não só do poeta alemão  Novalis, como também do teólogo, filósofo e psicólogo J. Yves Leloup, do guru indiano Osho (“Comece com  o corpo, ele é a sua casa”), do médico indiano D. Chopra e  até da poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira Cecília Meirelles, considerada uma das vozes mais importantes das literaturas de língua portuguesa: “Destrói os braços que tiverem semeado, para que se esqueçam de colher”.

-  A mim me encanta e fascina pintar com as terras e observar como a natureza produz as cores seguindo seu caminho íntimo e vital. Assim, procurei dialogar através do corpo com a possível transcendência, expressando-me através das cores das substâncias naturais, sobretudo das terras e da linha – explica Maria Perdigão, lembrando que sempre procurou construir e ressignificar a questão do corpo, não como oposto do espírito, mas exatamente como o templo dele.

Na Sala Djanira, os espectadores poderão entender como a artista prepara seus pigmentos naturais parando em frente à vitrine onde estão expostos os materiais que a artista utiliza, desde as sobras de turmalinas até os fragmentos de conchinhas do mar. A preparação deles é uma verdadeira alquimia: são triturados, peneirados, desinfetados no fogo e quando atingem a textura para as telas a artista adiciona o midium, material produzido do tutano de boi desidratado. 

“O Corpo – templo sagrado do espírito” tem a curadoria de Sandra Fioretti, artista plástica que já expôs na Sala Djanira e é funcionária da Fundação Ceperj.  O coordenador do Espaço Cultural, poeta Ivo Torres, resume assim a sensualidade do trabalho da artista: “A obra de Maria Perdigão eleva e enleva a mulher como arte, ser humano e realismo fantástico”.

Serviço
Exposição – “O Corpo – templo sagrado do espírito”

Visitação – de segunda a sexta
Horário – das 10h às 18h
Data – até 31/10/2014
Local – Avenida Carlos Peixoto, 54, Botafogo, em frente ao Rio Sul
Entrada gratuita
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