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Liberação da maconha: quais impactos isso pode trazer na sociedade
15/01/2014 - 15:44 - O consumo de maconha com fins terapêuticos já é legal e está regulamentado em 19 estados dos EUA. E na maioria destes, o consumo com fins recreativos não é considerado um delito. Mas agora dois estados dos EUA, Washington e Colorado, o uso para fins recreativos da maconha está liberado. Antes dessa medida dos estados, o Uruguai já tinha liberado com a fiscalização do Governo.

Para falar mais sobre o assunto, consultamos o Dr. Sérgio Rocha, psiquiatra e sócio proprietário da clínica de reabilitação Revitalis:

A legalização de mais uma substância psicoativa como a cannabis pode ter diferentes efeitos na esfera social, pessoal e funcional de um indivíduo neófito no uso da droga. O que sabemos é que todas as doenças mentais tem um componente genético que fica "adormecido" esperando a combinação com diversos estímulos ambientais que possam ajudar a promover sua eclosão. No caso da maconha, diversos estudos referem consistentemente que ela é capaz de provocar sintomas psicóticos prolongados e ajudar a desenvolver esquizofrenia em indivíduos vulneráveis, principalmente quando expostos à substância em idades mais precoces( em torno dos quinze anos). A legalização de qualquer substância tende a vir acompanhada de um aumento de consumo imediato pela população. isso pode acarretar em um aumento da incidência de esquizofrenia nesta população, o que acarreta um enorme fardo social, econômico e pessoal, uma vez que se trata de uma doença crônica e bastante incapacitante. Também há relatos do uso de cannabis associado a ataques de pânico e aumento de sintomas ansiosos, além de sintomas como falta de motivação e energia para realizar coisas do dia-a-dia. Cronicamente, tais indivíduos podem acumular uma quantidade significativa de fracassos pessoais e atingir níveis de desempenho mais baixos do que aqueles que poderia almejar. Também existem os problemas clínicos inerentes a inalação de fumaça quente rica em diversas substâncias carcinogênicas, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias e diversos tipos de câncer.

O possível benefício que pode ser agregado à legalização seria a redução do estigma sobre o uso e a pesquisa de princípios ativos existentes na planta que podem ter efeitos terapêuticos, como o aumento do apetite, redução de náuseas, redução de ansiedade, entre outros. No entanto estamos falando do isolamento de um princípio ativo, e não do consumo de toda a erva para fins terapêuticos, uma vez que se trata de uma planta com inúmeros princípios diferentes juntos. Podemos fazer um paralelo com a morfina, um alcalóide que provém da extração da resina (látex) dos bulbos das folhas da papoula, e que é, ainda hoje, um dos principais analgésicos usados em toda a medicina. No entanto, o uso desta mesma resina mascada ou fumada (ópio) é extremamente prejudicial e apresenta enorme potencial de abuso e formação de dependência para as pessoas que a consomem.

A Revitalis é uma clínica de reabilitação, onde a internação tem que ser 100% voluntária e exclusiva para dependentes químicos. O usuário é tratado com os profissionais mais competentes da área, em um lugar que oferece conforto e clima agradável. “Tratar com técnica, respeito e amor” resume Sérgio Rocha psiquiatra e sócio diretor da Clínica Revitalis.
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